Câncer de mama em homens

Icariane Barros de Santana Araújo, Carina Brauna Leite, Thallita de Oliveira Amorim, Ana Nilza Lins Silva, Raissa Scarlet Queiroz Fernandes, Monique Santos do Carmo

Resumo


A neoplasia mamária masculina é rara, representando menos de 1% dos casos de câncer de mama, mas têm incidência crescente ultimamente. Seu manejo guia-se pelos estudos do acometimento feminino, contudo, dados mostram que existem características específicas ao homem. Essa revisão de literatura objetivou ampliar a compreensão dos conhecimentos que abordam o carcinoma masculino, um assunto pouco retratado. As buscas sobre o tema foram feitas nos bancos de dados BIREME, SciELO, MS, Medline, LILACS, PubMed e INCA nos últimos 18 anos. Os resultados mostraram que a patologia apresenta etiologia desconhecida, mas, fatores genéticos (mutações nos genes BRCA1/BRCA2), hormonais e ambientais estão associados com seu maior desenvolvimento. O subtipo mais observado é o carcinoma ductal, e, raramente, o lobular. Manifesta-se por meio de nódulo palpável, indolor, ulceração, retração ou descarga papilar, com mamilo envolvido inicialmente. O diagnóstico baseia-se na história clínica, seguida de mamografia, ultrassonografia e anatomopatológico. Já o estadiamento apresenta limitações quando comparado às mulheres. A terapia inicialmente é cirúrgica, com ressecção completa do tecido mamário, mamilo e esvaziamento axilar. A quimioterapia, radioterapia e a hormonioterapia não são bem estudadas, mas, devido a maior positividade para os receptores hormonais, o tratamento hormonal tem sido de escolha na terapia adjuvante. Apresenta um pior prognóstico quando comparado ao acometimento feminino, pelo diagnóstico tardio, pouco conhecimento da patologia e características específicas masculinas. Conclui-se que são necessários mais estudos para conhecer a neoplasia, para realização de terapias voltadas as suas especificidades, já que é tipicamente conduzida de acordo com as diretrizes do carcinoma feminino.

 

Palavras-Chave: Neoplasia mamária no homem. Câncer de mama masculino. Epidemiologia. Apresentação clínica. Diagnóstico. Tratamento.

        

Texto completo:

PDF

Referências


Brasil. Instituto Nacional do Câncer. Estimativa 2018: Incidência de Câncer no Brasil. Rio de Janeiro (RJ); 2017.

Leme LHS, Souza GA. Câncer de mama em homens: aspectos epidemiológicos, clínicos e terapêuticos. Rev Ciênc Méd. 2006; 15 (5): 391-98.

Nogueira SP, Mendonça JV, Pasqualette HAP. Câncer de mama em homens. Rev Bras Mastologia. 2014; 24 (4): 109-14.

Salomon MFB, Mendonça JV, Pasqualette HAP, Pereira PMS, Sondermman, VRM. Câncer de mama no homem. Rev Bras Mastologia. 2015; 25 (4): 141-45.

Haas P, Costa AP, Souza AP. Epidemiologia do câncer de mama em homens. Rev Inst Adolfo Lutz. 2009; 68(3): 476-81.

Ruddy KJ, Winer EP. Male breast cancer: risk factors, biology, diagnosis, treatment, and survivorship. Ann Oncol. 2013; 24(6):1434-43.

Arruda Bonfim RJ, Vidal FCB, Silva DF, Custódio MA, Silva N, Mubárack TC, et al. Câncer de mama no homem: análise dos aspectos epidemiológicos, clínicos e terapêuticos em serviço formal brasileiro. Rev Bras Onc Clin. 2013; 10(37): 90-6.

Yalaza M, İnan A, Bozer M. Male breast cancer. J Breast Health. 2016;12(1):1-8.

Giordano SH. A review of the diagnosis and management of male breast cancer. Oncologist. 2005;10(7):471-9.

Silva LLM, Toscani NV, Graudenz MS. Câncer de mama masculino: uma doença diferente. Rev Bras Mastologia. 2008; 18(4): 166-70.

Sonia Z, Wiem K, Ibtissem A, Salem AB, Salma A, Hayfa B, et al. Male Breast Cancer: Case Studies and Literature Review. OALib Journal. 2017; 4(7):1-17.

Miao H, Verkooijen H, Chia K-S, Bouchardy Magnin C, Pukkala E, Larønningen S, et al. Incidence and outcome of male breast cancer: an international population-based study. J Clin Oncol. 2011;29(33):4381-6.

Korde LA. Male breast cancer: a Study in Small Steps. Oncologist. 2015;20(6):584-5.

Sineshaw HM, Freedman RA, Ward EM, Flanders WD, Jemal A. Black/white disparities in receipt of treatment and survival among men with early-stage breast cancer. J Clin Oncol. 2015;33(21):2337-44.

Giordano SH, Buzdar AU, Hortobagyi GN. Breast cancer in men. Ann Intern Med. 2002;137(8):678-87.

Oliveira DRC, Pereira JB, de Alencar LD, de Sousa AKA. Câncer de mama em homem uma realidade brasileira. REBES. 2015;5(3):29-34

Weiss JR, Moysich KB, Swede H. Epidemiology of male breast cancer. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev. 2005;14(1):20-6

Fentiman IS, Fourquet A, Hortobagyi GN. Male breast cancer. Lancet. 2006;367(9510):595-604.

Kornegoor R, Verschuur-Maes AH, Buerger H, Hogenes MC, De Bruin PC, Oudejans JJ, et al. Molecular subtyping of male breast cancer by immunohistochemistry. Mod Pathol. 2012;25(3):398-404.

Masci G, Caruso M, Caruso F, Salvini P, Carnaghi C, Giordano L, et al. Clinicopathological and immunohistochemical characteristics in male breast cancer: a retrospective case series. Oncologist. 2015; 20(6):586-92.

Ottini L, Palli D, Rizzo S, Federico M, Bazan V, Russo A. Male breast cancer. Crit Rev Oncol Hematol. 2010;73(2):141-55.

Chesebro AL, Rives AF, Shaffer K. Male breast disease: what the radiologist needs to know. Curr Probl Diagn Radiol. 2018; 1-12.

Fentiman IS. Surgical options for male breast cancer. Breast Cancer Res Treat. 2018:1-6.

Kamila C, Jenny B, Per H, Jonas B. How to treat male breast cancer. Breast. 2007;16:147-54.

Özkurt E, Tüke




DOI: https://doi.org/10.24863/rib.v10i3.347

Apontamentos

  • Não há apontamentos.