Infecções relacionadas à assistência à saúde ocorridas em uma Unidade de Terapia Intensiva

Cianna Nunes Rodrigues, Dagolberto Calazans Araújo Pereira

Resumo


As infecções hospitalares são as mais importantes complicações ocorridas em pacientes hospitalizados. Objetivou-se descrever as infecções relacionadas à assistência à saúde ocorridas em uma UTI de um hospital público em São Luís-MA. Trata-se de um estudo descritivo, analítico e transversal realizado com 1048 pacientes que foram admitidos na UTI no período de janeiro de 2012 a dezembro de 2013. Para análise estatística foi utilizado o Programa Bioestat 5.0, sendo usado o Teste do Qui-quadrado estimando a Odds Ratio (OR), intervalo de confiança de 95% e valor p<0,001, e o Teste Kruskal-Wallis. Dos pacientes analisados, 50,38% eram do sexo feminino; 37,11% tinham mais de 65 anos; 43% foram internados para realizar cirurgia eletiva; 48,5% foram oriundos do centro cirúrgico; a duração média das internações foi de 7,41 dias e 31,25% evoluíram ao óbito. Em relação aos eventos infecciosos ocorridos, 47,03 % apresentaram PAVM, 15,14% pneumonia nosocomial, 14,05% ITU associada ao cateter e 9,73% tiveram IPCS. Em se tratando dos óbitos ocorridos, os pacientes com PAVM têm uma chance 4 vezes maior de evoluírem a óbito do que os pacientes que não apresentaram nenhum tipo de infecção (p<0,0001); e, para finalizar, os pacientes com PAVM apresentam uma maior probabilidade de desenvolver os quadros de sepse e choque séptico do que os pacientes que apresentaram ITU (p=0,008).  Constatou-se que a infecção mais incidente foi a PAVM, o que sugere uma reavaliação nos protocolos e educação permanente dos profissionais de saúde.

 

Palavras-chaves: Infecções. Assistência. Unidade Terapia Intensiva.


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DOI: https://doi.org/10.24863/rib.v8i1.28

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