Perfil clínico-epidemiológico de mulheres em situação de abortamento em uma maternidade pública de São Luís-MA

Roberto Destêrro e Silva Moreira Lima, Lilalea Gonçalves França, Raquel Castro Desterro Silva Moreira Lima

Resumo


Introdução: O abortamento constitui um problema de saúde pública importante e representa uma mudança relevante na saúde física e psicológica da mulher.Metodologia: Trata-se de estudo descritivo, quantitativo de mulheres hospitalizadas por abortamento na Maternidade Estadual Benedito Leite, em São Luís do Maranhão, no ano de 2015. Foram analisadas 100 pacientes quanto aos aspectos socioeconômicos e causas de abortamento. Os dados foram analisados no software Excel e expressos em porcentagens e médias.Resultados: Houve predomínio da faixa etária entre 20 e 28 anos (57,0%),da cor parda (51,0%), em situação conjugal de união estável (45,0%), da procedência de São Luís – MA (81,0%), da escolaridade de ensino médio completo (49,0%), a maioria atuando em algum tipo de trabalho remunerado (42,0%) e com renda de 2 a 3 salários mínimos (62,0%). A maioria foi de não fumantes (100,0%), que não ingeriam bebidas alcoólicas (89,0%), sem realização de consultas pré-natal (61,0%), menarca de 13 anos ou mais (62,0%), sexarca de 15 a 18 anos (75,0%), com mais de um parceiro sexual (72,0%), sem doenças prévias (92,0%), sem abortamento prévio (82,0%), tendo realizado aborto tipo espontâneo (88,0%), sem causa referida (81,0%), 100,0% fizeram curetagem e 82,0% abortaram até a 12ª semana de gestação. Conclusão: O abortamento ocorreu em sua maioria em mulheres jovens, com condições socioeconômicas precárias, com poucos fatores de risco e mais frequentemente do tipo espontâneo.

Palavras-Chave: Aborto.  Saúde da mulher.Gestação.


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DOI: https://doi.org/10.24863/rib.v7i1.16

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