Comportamentos de risco para a infecção pelos vírus da hepatite B em caminhoneiros de longa distância em São Luís-MA

Hilário José Cardoso Magalhães, Ana Carolina de Macedo Carvalho, Thiago Henrique dos Santos Silva, Valério Monteiro-Neto, Andrea de Souza Monteiro, Maria Rosa Quaresma Bomfim, Silvio Gomes Monteiro

Resumo


Os caminhoneiros são uma população predominantemente masculina que apresentam comportamento de risco. Este trabalho visa determinar a prevalência de Hepatite B em caminhoneiros de longa distância que trafegam por São Luís-MA, suas características demográficas, socioculturais, conhecimentos, práticas sexuais e os métodos preventivos. A amostra foi de 152 caminhoneiros que foram esclarecidos sobre a pesquisa e, aceitando participar, assinaram TCLE, preencheram o questionário e uma amostra de sangue foi coletada para utilização dos testes rápidos (TR) para diagnóstico de Hepatite B e C. A maioria dos caminhoneiros são do Maranhão e Paraíba (30%), idade 40-49 anos (31%), casados (69%), com ensino médio (50%), mantinham relações sexuais nas viagens (42%) e, destes, 84% usavam preservativos. 31% alegaram já ter tido DST no passado. A maioria classificou o sexo oral, anal, vaginal e com preservativo com alto risco de contágio (66%, 87%, 81% e 33%, respectivamente). A frequência de resultados positivos dos TR para Hepatite B e C foi de 14% e 7%, respectivamente. Não houve diferença significativa (p > 0,05) entre a ocorrência de DST no passado e o estado civil, e nem com a prática sexual nas viagens. Não houve diferença significativa (p> 0,05) entre os resultados dos TR e estado civil, nem com a prática sexual nas viagens, e nem com o uso do preservativo nessas relações, e com a parceira fixa e com o histórico de DST’s no passado. Os resultados deste estudo exaltam a importância de programas específicos de prevenção de doenças e promoção da saúde.

 

Palavras-chave: Hepatite B, Hepatites C, Caminhoneiros, DST, São Luís-MA.


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DOI: https://doi.org/10.24863/rib.v7i1.18

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