Intubação de via aérea difícil em paciente com Síndrome de Treacher Collins: Relato de caso

Karoline Sampaio Castôr, Clarisse Sereno Loiola Braide, Plínio da Cunha Leal, Welton Rodrigues Ferreira, Ed Carlos Rey Moura, Caio Marcio Barros de Oliveira

Resumo


Síndrome de Treacher Collins é patologia altamente complexa e rara, podendo apresentar grande variação de formas clínicas. Apresenta-se usualmente com hipoplasia malar e mandibular. Tal condição representa previsão de dificuldade para o ato anestésico de intubação, tornando importante e necessária uma minuciosa avaliação pré-operatória e cuidado intensivo no perioperatório. Por essas condições, a anestesia geral costuma ser realizada através da indução de anestésicos inalatórios, uma vez que as crianças submetidas a procedimentos cirúrgicos são não cooperativas, além de haver dificuldade de se obter acesso venoso. Assim, tem-se como objetivo relatar um caso de via aérea com expectativa de intubação difícil em paciente diagnosticado com Síndrome de Treacher Collins. Relatamos um caso cuja singularidade reside na aplicação e no manejo anestésico diferente do que se tem feito em outros centros médicos ao abordar pacientes com previsão de via aérea difícil. Ao invés de se utilizar máscara laríngea (LMA) ou a intubação com laringoscópio óptico, procedeu-se a indução inalatória, sedação sem abolir respiração espontânea, visualização das estruturas para introdução do tubo endotraqueal (Cormack 3), acesso venoso, intubação orotraqueal e, posteriormente, indução anestésica e bloqueio neuromuscular. Julgamos importante divulgar tal relato para mostrar alternativas quando não existe fibroscopia. A Intubação sem máscara laríngea ou fibroscópio em casos de paciente com síndrome craniofacial pode ocorrer sem intercorrências com a estratégia de não se abolir a respiração do paciente, porém com leve sedação, devido à não cooperação e dificuldade de se obter acesso venoso em pacientes pediátricos.

Palavras-chave: Avaliação de via aérea, Algoritmo de via aérea difícil da ASA, Disostose mandíbulo-facial

 


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DOI: https://doi.org/10.24863/rib.v9i2.169

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