Influência das condições nutricionais na virulência e resistência antifúngica de Cryptococcus spp.

Karina Raquel Guilhon Machado

Resumo


Resumo: Criptococose é uma micose que apresenta uma morbimortalidade significativa e pode acometer tanto indivíduos imunocomprometidos quanto imunocompetentes. A infecção é adquirida após a inalação dos propágulos fúngicos de Cryptococcus spp. que estão presentes em diversos nichos ambientais, como locais arborizados, solos, praças, restos de vegetais e excretas envelhecidas de aves, como espécies de Columba livia. Esta diversidade demonstra a capacidade deste fungo crescer em ambientes com diferentes condições nutricionais. Os fármacos mais utilizados para o tratamento da criptococose são os antifúngicos pertencentes às classes dos derivados azólicos e poliênicos, no entanto, estudos indicam o desenvolvimento de resistência antifúngica. Nesse contexto, o objetivo desse trabalho foi descrever a influência de diferentes macronutrientes e micronutrientes na virulência e resistência antifúngica de Cryptococcus spp. Para isso foi realizada uma pesquisa bibliográfica de artigos científicos publicados em periódicos nacionais e internacionais, utilizando os bancos de dados SciELO, PubMed e Google Acadêmico, publicados entre 2010 e 2021. Os macronutrientes e micronutrientes presentes no solo e vários organismos são de grande importância para os fungos e seus hospedeiros. Em espécies de Cryptococcus spp. são utilizados para constituição, funções bioquímicas, crescimento e virulência. Diferentes concentrações desses nutrientes podem afetar a expressão de determinantes de virulência, além de possivelmente estarem relacionadas com alterações na suscetibilidade de Cryptococcus spp. frente aos antifúngicos mais usados na clínica. Uma vez que esses nutrientes apresentam influência na interação patógeno-hospedeiro se faz necessária a realização de mais estudos sobre interação nutricional e susceptibilidade de Cryptococcus spp.


Texto completo:

PDF

Referências


Referências Bibliográficas

ANDRADE-SILVA, L. et al. Susceptibility profile of clinical and environmental isolates of Cryptococcus neoformans and Cryptococcus gattii in Uberaba, Minas Gerais, Brazil. Medical mycology, v. 51, n. 6, p. 635-640, 2013.

AJESH, K.; SREEJITH, K. Cryptococcus laurentii biofilms: structure, development and antifungal drug resistance. Mycopathologia, v. 174, n. 5-6, p. 409-419, 2012.

BARLUZZI, R. et al. Iron overload exacerbates experimental meningoencephalitis by Cryptococcus neoformans. Journal of neuroimmunology, v. 132, n. 1-2, p. 140-146, 2002.

BERNAL-MARTINEZ, L. et al. Susceptibility profile of clinical isolates of non-Cryptococcus neoformans/non-Cryptococcus gattii Cryptococcus species and literature review. Medical Mycology, v. 48, n. 1, p. 90–6, 2010.

BROWN, G. D. et al. Hidden Killers: Human Fungal Infections. Science Translational Medicine, v.4, n.165, pág.165rv13-165rv13, 2012.

CHEN, J. et al. Cryptococcus neoformans strains and infection in apparently immunocompetent patients, China. Emerging infectious diseases, v. 14, n. 5, p. 755, 2008.

CHOWDHARY, A. et al. In vitro antifungal susceptibility profiles and genotypes of 308 clinical and environmental isolates of Cryptococcus neoformans var. grubii and Cryptococcus gattii serotype B from north-western India. Journal of medical microbiology, v. 60, n. 7, p. 961-967, 2011.

DIMKPA, C. O.; BINDRABAN, P. S. Fortificação de micronutrientes para produção agronômica eficiente: uma revisão. Agronomia para o Desenvolvimento Sustentável, v. 36, n. 1, pág. 7, 2016.

DING, C. et al. The copper regulon of the human fungal pathogen Cryptococcus neoformans H99. Mol. Microbiol., v. 81, p. 1560-1576, 2011.

JUNG, W. H.; KRONSTAD, J. W. Iron and fungal pathogenesis: a case study with Cryptococcus neoformans. Cellular microbiology, v. 10, n. 2, p. 277-284, 2008.

KHAWCHAROENPORN, T.; APISARNTHANARAK, A.; MUNDY, L. M. Non-neoformans cryptococcal infectious: a systematic review. Infection, v. 35, p. 51-7, 2007.

KRONSTAD, J. W. et al. Expanding fungal pathogenesis: Cryptococcus breaks out of the opportunistic box. Nature reviews Microbiology, v. 9, n. 3, p. 193-203, 2011.

KRONSTAD, J. et al. Adaptation of Cryptococcus neoformans to mammalian hosts: integrated regulation of metabolism and virulence. Eukaryotic cell, v. 11, p. 109-118, 2012.

KRONSTAD, J. W.; HU, G.; JUNG, W. H. An encapsulation of iron homeostasis and virulence in Cryptococcus neoformans. Trends in Microbiology, v. 21, p. 457–465, 2013.

LANJEWAR, D. N. The spectrum of clinical and pathological manifestations of AIDS in a consecutive series of 236 autopsied cases in Mumbai, India. Pathology research international, v. 2011, 2011.

MAY, R. C. et al. Cryptococcus: from environmental saprophyte to global pathogen. Nature Reviews Microbiology, v. 14, n. 2, p. 106-117, 2016.

MEDNICK, A. J.; NOSANCHUK, J. D.; CASADEVALL, A. Melanization of Cryptococcus neoformans affects lung inflammatory responses during cryptococcal infection. Infection and immunity, v. 73, n. 4, p. 2012-2019. 2005.

PARK, B. J. et al. Estimation of the current global burden of cryptococcal meningitis among persons living with HIV/AIDS. AIDS. v 23, n. 4, p. 525-530, 2009.

PFALLER, M. A. et al. Global trends in the antifungal susceptibility of Cryptococcus neoformans (1990 to 2004). Journal of clinic microbiology, v. 43, n. 5, p. 2163-7, 2005.

POTRYKUS, J. et al. Conflicting Interests in the Pathogen – Host Tug of War: Fungal Micronutrient Scavenging Versus




DOI: https://doi.org/10.24863/rccp.v37i2.498

Apontamentos

  • Não há apontamentos.